boas vindas....

Bem vindos ao novo espaço que vai falar um pouco sobre história, política, geografia, ciência, poesia , filmes e artes.........biografia de grandes escritores, cientistas, cineastas, pintores, pensadores e pessoas que de alguma forma influenciaram o mundo .......





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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Poemas


Os quadrados com
pontos pretos revelam
o desgaste natural
do tempo

As pernas apressadas
num vai e vem
todo dia sem saber
pra onde ir

O barulho incessante das
rodas numa constante
repetição para uma
possível aprovação
dos outros

O cheiro da fumaça,
o tic tac dos sapatos,
o ruído grave
do som do carro,
as nuvens uma hora cinza
outrora na cor do arco íris,
a voz aguda repetidas vezes,
os constantes questionamentos....

E assim mais um dia termina
às vezes com uma
agradável sensação
outras com a certeza de
que nem deveria ter
levantado da cama....

Poemas


pode ser que tudo acabe
como começou
pode ser que tudo recomece
como terminou

pode ser que as promessas
não se cumpram
poder ser que a chuva
vire sol

pode ser mais um dia comum
pode ser que seja uma semana
espetacular
pode ser que a música
pare de tocar
ou o ouvido que estragou

pode ser.....será?

pode ser que eu me iluda
mais uma vez
pode ser que eu descubra
mais uma cura

poder que eu faça
alguns amigos
pode ser que eu
apenas fale sozinho

pode ser que eu repita
as mesmas frases
pode ser que eu
inove meu caminho

posso até ceder o
quanto seja
posso até não saber
do que preciso

podemos conversar
por longas horas
podemos até querer
o silêncio

Mas o que não pode
é deixar de nos olharmos
o que não pode
é deixar de querermos
o sorriso

o que não pode
é deixar o sal
das lágrimas
se conter
sempre há motivos

o que não pode
é deixar de ser
o que não pode é apenas
querer ter
o que não pode
é deixar de sentir
as consequências
do inexplicável
fato de possuirmos
um coração.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Poemas


Ultimamente
tenho sido
ácido
tenho sido
teimoso

tenho sido
extra e até
vagante
tenho sido
eu
tenho também sido
os outros

tenho sido sempre
tenho sido de vez em quando

e você tem?

tenho sido
aos berros
e também sido
mudo

tenho comido
a carne
e roído até o
osso

eu mesmo não sabia
que quando a imagem acaba
a palavra simplifica
o final

temos sempre o outro
ao um

tenho rido muito
ultimamente sem
mostrar as gengivas

tenho escrito
sobriamente
com as garrafas
vazias

tenho ficado só
com as minhas atitudes

tenho ferido corações
a volta
tenho estragado
a quem quero muito
tenho até me divertido
no escuro

tenho dito algumas
coisas
tenho até
mentido

tenho me isolado
tenho até me julgado
mas as sentenças
não se publicam
ao público

mas estou cheio
de fazer sentido
tenho ignorado
as descobertas

e feito de tudo isso
meu mundo.

Poemas


Quem nunca sentiu a alma
ser vilipendiada e extorquida
a cada frase terminada
Quem nunca se olhou
E viu o reverso da mesma pessoa

Quem?

Quem nunca se contorceu de desprezo
Pelo óbvio redundante
Quem nunca sucumbiu
As obsessões implacáveis

Quem?

Quem nunca camuflou os fracassos desconcertantes
Quem nunca se perguntou o porque e pra que de tudo
Quem nunca bateu a porta do clube
dos hipocondríacos
Quem nunca se curou de um medo falido

e você?

As rachaduras expostas na pele
As cores dúbias dos cabelos
Os dedos tetraplégicos de tanto abraçar
E a ferida aberta nos dentes
de tanto pretender rir

você sabe

Afirmações estúpidas
Glórias e louvores para eles
E mais cardumes de sorrisos
preguiçosos e malfeitos

Quem pensa? quem são?

Pra onde iremos?
não podemos fugir
vamos martelar o bate estaca
com as próprias mãos
e diluir um terço do absurdo
sem compromisso

Mas pra constar
as paredes não tem ouvidos
tem indiferença
e não importa rabiscar
o verso continua surdo

Pegue a futilidade
e triture na garganta
esqueça o líquido
A seco é mais prazeroso

E nós ficamos bem
Ficamos como sempre
Ficamos aguardando
A rebeldia de ser
como eramos antes.

Poemas


Nesse curto mosaico de meias palavras recalcadas
Só escuto a queda das gotas de claridade
Respingando como ácido
Sobre velhos livros repousados e
Cansados de tanto abrir e fechar
Como se fossem portas
De um banheiro público qualquer

Me deito em cima de algumas idéias
Desgastadas e breves
Insistentes em perambular
Como se o ócio as ferisse

Leituras frias estas.......

Dogmatismos rústicos a parte
Ponho a porcentagem das minhas
Ideologias sobre a mesa
Sem lucros ou prejuízos

Imerso em meia dúzia de goles
Amanheço perdido
Dentro de mais um pesadelo
Caricato e tardio recheado de
Facas e gritos

Reconheço então
Minha triste amnésia
Antiga companheira das
Horas de solidão

Ah.......mais um dia de sol

Corro pro chuveiro
E deságuo direto para o ralo
O resto do meu corpo

Sobrevivo,

E o mundo continua
Embaçado e barulhento
Assim como minha
Cabeça oca.

Poemas


Nas manhãs cinzentas de outono
Entre as frestas roucas por onde
O vento passa despercebido
Sob o velho assoalho que range
Desesperadamente

Ei, você terá a mim

Por entre as teclas desgastadas do piano
Impregnadas do perfil de nossos dedos
Na paisagem fria e derretida
Por dois pares de olhos aguados

Ei, você terá a mim

Através da garrafa molhada
E do seu rosto distorcido
Pelo reflexo do espelho quebrado
E da sua sombra esquartejada
que eu ainda vejo caminhar

Sim , você ainda me terá

Atrás das lentes armadas
Por estes ouvidos surdos
Perto dessa boca sugada
E muda

Você sempre me terá

Me terá na poeira dos seu cabelos
No tapete escorregadio
Na ânsia , na fome
E até no ventre do vazio

Mas quando você
Não estiver por perto
E os meus poros se fecharem de frio
Eu terei o papel e a caneta
Pra aquecer os meus arrepios.

Poemas


Hoje resumi o meu humor
Ao silêncio e alguns dentes
Algumas palavras trocadas e
Uns três cumprimentos amarelos

Tentei deslocar o meu ócio
Ao canto contrário do goleiro
Mas as vezes as idéias batem na trave

Engolindo meu ressentimento
O café me desceu frio e amargo
Ah.......nada como essas alegrias ensaboadas
Que escorregam do nosso peito
E apressadamente os dessabores
Quando são lavados pela nossa alma
Esta que não desiste de lustrar as minhas orelhas
Sempre sujas
Se parece com meu faro, nem tão fino assim
fazendo-me sentir como todos os dias
Deixando resíduos de ignorância e insensatez
No meu travesseiro.

Poemas


Como posso ser livre se a liberdade tornou - se
Imigrante ilegal dentro da minha alma
Como posso sorrir se os meus dentes
Não foram convidados ou se esqueceram de se despedir

Me diga, como?

Como posso abraçar se os meus braços
Desconhecem a ternura e o afago
Como posso imaginar se a criatividade que eu tinha
Foi vendida pra eu poder pagar minha imbecilidade

Me diga , como?

Como posso eu sentir se o meu coração
Está de greve absoluta
Como posso me esvaziar do sofrimento
Se o meu corpo está cheio de Dúvidas

Me diga , como?

Como posso eu vencer
Se a derrota está presente antes do ponto de partida

Me diga então
Como posso eu escrever se os meus dedos
Endureceram por falta de motivação

Como posso então?

Poemas


Folheando lembranças travestidas de imagens em preto e branco
Tenho a sensação do cheiro de café desbotado que ainda permanece
Sob as entrelinhas da palavra esquecimento
Fotografias rotas dispostas dentro de mim
Trazem precocemente a mínima teoria do que é felicidade

Pinturas descartadas pelo chão como se fossem memórias
Traduzem o caos da minha síntese de amor

Espalho tudo.......

Mas o baú está lá, ele sempre está lá

Forrado de pensamentos neuróticos
E de loucuras sobrepostas
Rasgam a carne
descascando os mais úmidos sentimentos

Não é sempre......

Porém a percepção do infinito
Acaba sutilmente em devaneios contundentes
E alucinações criativas

Eu sei
Nesses dias vou gritar em voz baixa
Pra não acordar a minha insônia
E o único abrigo que me resta

É esta aparente ESQUIZOFRENIA.

Poemas


Nas manhãs cinzentas de outono
Entre as frestas roucas por onde
O vento passa despercebido
Sob o velho assoalho que range
Desesperadamente

Ei, você terá a mim

Por entre as teclas desgastadas do piano
Impregnadas do perfil de nossos dedos
Na paisagem fria e derretida
Por dois pares de olhos aguados

Ei, você terá a mim

Através da garrafa molhada
E do seu rosto distorcido
Pelo reflexo do espelho quebrado
E da sua sombra esquartejada
que eu ainda vejo caminhar

Sim , você ainda me terá

Atrás das lentes armadas
Por estes ouvidos surdos
Perto dessa boca sugada
E muda

Você sempre me terá

Me terá na poeira dos seu cabelos
No tapete escorregadio
Na ânsia , na fome
E até no ventre do vazio

Mas quando você
Não estiver por perto
E os meus poros se fecharem de frio
Eu terei o papel e a caneta
Pra aquecer os meus arrepios.

Poemas


Sinto que os dias estão se pondo mais depressa do que eu imaginava
As noites estão se fechando
E o sol não aparece tanto assim
Como eu pensava

Eu não estou sentindo mais
Agora não me reconheço
A minha sabedoria está indo embora
Junto com meus olhos

Isso não é um poema.......

É .....uma declaração de nuvens pesadas...........

E o tempo está vindo á cavalo..........

Poemas


Manipular o tempo pode parecer plausível
Os centésimos, milésimos, segundos e minutos
Marcar cronômetros para quando e como
Equilibrar os sentimentos
Duplicar as dores e a fadiga

O que te parece?

Recensear a lógica existente no mundo
Quantificar os desejos e as teorias
Ambicionar a razão, o eterno
As verdades pronunciadas e absolutas

O que te parece?

Estipular padrões para a saudade
Discutir a soma dos infortúnios
Multiplicar as horas e seus dividendos
Subtrair o perdão e o caráter

O que te parece?

A mim isto parece ridículo

Quantas raízes quadradas eu posso extrair
e quanto ao cubo eu posso elevar a realidade?

O que são estes ínfimos valores
Remotamente controlados
Que possuímos em nossas mentes
reacionárias?

Podemos calcular e medir
O tempo todo
Fazer relatórios extensos
E dar notas a substâncias invisíveis

Eu prefiro dividir os sonhos
E ainda assim eles continuam
A ser incomensuráveis .

Poemas


Vídeos em movimento
Cenas do cotidiano em slow motion
Quadros de várias faces
Imagens acinzentadas e rabiscadas em sépia
Curtametragens em foco

E aquele chiado do jazz no vinil
Marcas de vinho de uma noite sem memórias
E uma vontade enorme de sumir
Como diria Chet Baker

LET'S GET LOST

Paredes demais dividindo
Espaço de menos
Pouca coisa pra preencher a cabeça
Poeiras dançantes no canto da sala
é só o vento......

E a velha vontade de partir
Pra longe dos pensamentos
Os mesmos segredos novos
E a rotina malcriada e estampada no espelho
do banheiro a cada manhã

Vamos nos perder por aí.......
Passear através de outros olhares
Conhecer outros sorrisos
Suspender a monotonia por um dia
Declarar guerra aos quase perfeitos

E o trompete continua a me falar
De forma rouca e suave
Mas em alto e bom som

LET'S GET LOST

E minhas pernas ávidas
não conseguem resistir
E o asfalto me diz
Bem vindo meu rapaz
Se perca por aqui......

Poemas


Quase nunca estou com vontade de falar
mas acabo rindo de piadas infantis
Todos os dias
Acho que sou um palhaço
que ri da própria existência ridícula
e não sei porque alguns
se importam tanto

Talvez devesse ser menos cínico
talvez devesse ser mais ou menos
isso e aquilo
Mas seriedade na verdade
É um prostíbulo cheio de puritanos descarados

Eu não herdei o asco
ainda tento me livrar do visgo
quem é que vai pagar por isso?

Imagino que eu mesmo
não saiba nada sobre mim
mas me divirto com os conselhos alheios

E esse tédio acéfalo
E essa vertigem nua
e esse aneurisma caimbrótico
e esse túnel quadrado
e esses minúsculos passos
e esse estrondoso silêncio
E essa estaca estampada
aqui dentro.....não é nada
é apenas o vazio
rastejando nos passeios públicos.

Poemas


Vivemos preocupados com os veículos
e esquecemos das pernas
Vivemos preocupados com os óculos escuros
e esquecemos os olhos de qualquer cor

Vivemos preocupados com os sapatos
e esquecemos dos pés
Vivemos preocupados com os anéis
e esquecemos dos dedos

Vivemos preocupados com a cor dos dentes
e esquecemos o sorriso franco
Vivemos preocupados com o que enfeita a cabeça
e esquecemos de colocar algo dentro dela

Vivemos preocupados em falar demais
e esquecemos da função do ouvido
Vivemos preocupados em desenhar corações
e esquecemos de senti-los

O que realmente interessa?

vivemos preocupados com as roupas
e esquecemos da pele
vivemos preocupados com os relógios e horas
e esquecemos de olhar o tempo lá fora

vivemos preocupados em ter braços fortes
e esquecemos de abraçar
vivemos preocupados em assistir
e esquecemos de vivenciar

vivemos preocupados em criticar
e esquecemos de criar
vivemos preocupados em julgar
e esquecemos de conhecer

vivemos preocupados em ter bolsos
e esquecemos de ser
vivemos preocupados em ter casas
e esquecemos das mochilas
O lar está dentro e não fora

vivemos preocupados em contar dinheiro
e esquecemos de contar histórias
vivemos preocupados em poupar pro futuro
e esquecemos de gastar o presente

Até quando?
o que realmente interessa?

vivemos reclamando do trabalho e emprego
e esquecemos que a escolha é uma opção

vivemos submissos
vivemos anestesiados
vivemos sem arte
vivemos calados
vivemos enterrados

E esquecemos que estamos vivendo
quase mortos
de tanto nos preocupar
de tanto imitar
Esses quase vivos.

Até quando?

Poemas


Ao me deparar com os estilhaços envidraçados
que dobram as esquinas e os caminhos marcados
pelos pés estranhos e tortos a cada minuto
surge a indagação renitente

pra onde ir?

Vejo as rodas incansáveis que não param
de chegar e partir
e o barulho indecente dos motores
aumenta o circo dos palhaços
que não sabem fazer rir

Andando pelas ruas vejo
dignas televisões de cachorro
que diferentes de mim
sabem escolher melhor o que assistir

Corredores movimentados
e as árvores limpam a paisagem
com suas folhas impecáveis
que nos brindam ao cair

Pôr do sol saindo
e a natureza me invade
com toda sua fúria
e eu deixo seguir

Fins de tarde
noite despertando
e eu permaneço aqui

Recomeço meu trajeto
e como sempre me despeço

Mas agora já sei pra onde ir.

Poemas


Onde está?

Onde está o sangue que eu ainda tinha?
esta cara branca feita de pano de chão
nem vermelha pode ficar

A vergonha exposta
em telas de tinta
a óleo nu

As reminiscências do caos
vertem coloridas
e ficam a mostra diariamente
em mais uma vernissage pública

São lágrimas
de indiferença
são risadas
de sordidez

Não se meta
com a lógica
ela falha

É estúpido
é mórbido
é agonizante

Seja cívico
veja, olhe, leia
compre
rasgue... a sua carne
desfie e pinte mais quadros
com a estupidez
bandida
que nos lava
de lama

Enfie a cabeça
debaixo d'água
para ver se limpa
um pouco do
que sobrou da
inteligência

Cuspa esses
protótipos de
sutilezas
em mais vinte
segundos de
vexames

Palavras vulgares
que sejam.....

Mas não braveje
não resmungue
não reclame
não discuta
não faça nada

Essa alma
não tem mais sangue
desenhe um autorretrato
e publique

Estará em branco
invisível

Ninguém sabe quem é você

Como de costume.

Poemas


O que eu posso dizer
sobre o que eu posso escrever
sobre o que eu posso pensar
o que

?

A quem devo dar honras e méritos
a quem devo pedir desculpas
a quem devo chamar de amigo
a quem devo enviar flores

a quem

?

minhas pernas
caminham desesperadas
e confusas ao encontro
dos buracos da estrada

cheias de nada....

Tem alguém aí?

rabiscos e sobras
de um rascunho fantasma
a cabeça apenas roda....
apenas roda

diga.....vamos
diga mais uma vez
atrás das janelas
o infinito parece se desdobrar
e mais uma vez
é ela........a realidade espatifa
meu ossos

a estrada nunca acaba
nunca acaba

E essas grades
e essas grades?
preciso me livrar
dessas correntes

esqueça......
as nuvens parecem queimar
e ardem com nunca

qual nome devo gritar

?

Tem alguém aí?

Poemas


Como se nunca
pudéssemos
fingir belas caligrafias

Como se nunca
usássemos
belas palavras
ao acaso

Como se nunca
guardássemos
elegantes rancores
no tórax

Como se nunca
respirássemos
a poeira venenosa
das notícias matinais

Vem...
bem vindo ao clube

Como se nunca
bebêssemos
a última garrafa
da noite anterior

Como se nunca
tragássemos
os cigarros
molhados
pelo álcool

Como se nunca
saíssemos
com as carteiras
vazias

Como se nunca
disséssemos
eu te amo

Como se nunca
tocássemos
a ferida aberta

Como se nunca
fôssemos egoístas

Vem...
bem vindo ao clube

Como se nunca
soubéssemos da
mentira dita

Como se nunca
andássemos de
pés descalços

Como?
nunca?

Como se nunca
respondêssemos
com ironia

O relógio
ainda tem pilha
liberte-se

Ainda falta muito
para o fim
mas falta pouco
para as seis.

Poemas


Tenho amigos santos e loucos
Prostitutas e poetas
Bêbados e drogados aos montes.

Tenho amigos que
não sei que são meus amigos.

Tenho amigos que mentem.
E eu acredito que eles precisem
que eu acredite.
E por que não acreditar?

Tenho amigos que não perdôo os
defeitos que são mais meus do que deles.

Tenho amigos que não
são meus amigos.

Tenho amigos que
deveriam ser amores, e são.

Tenho amigos
que são borboletas.
Suas cores me pintam.

Tenho amigos que não entendo
nada do que eles falam, e
sinto tudo o que eles sentem.

Tenho amigos que brigo.
Por não saber dizer que os amo.

Tenho amigos que são amigos.
Mas não são meus.

Tenho amigos que
são variações da minha
própria existência.

Tenho amigos que são tudo
o que o mundo precisa para
sobreviver.

E ...

Tenho amigos que são
o melhor que há em mim.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Albert Camus





Albert Camus (AFI: [albɛʁ kamy]. Mondovi, 7 de novembro de 1913 — Villeblevin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor, romancista, ensaísta, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia. Foi também jornalista militante engajado na Resistência Francesa e nas discussões morais do pós-guerra. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensamento do escritor.
De pai francês e mãe de origem espanhola, cedo Camus conhece o gosto amargo da morte. Seu pai morreu em 1914, na batalha do Marne durante Primeira Guerra Mundial. Sua mãe então foi obrigada a mudar-se para Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia houve um massacre de árabes.
O período de sua infância, apesar de extremamente pobre é marcada por uma felicidade ligada à natureza, que ele volta a narrar em O Avesso e o Direito, mas também em toda a sua obra. Na casa, moravam além do próprio Camus, seu irmão que era um pouco mais velho, sua mãe, sua avó e um tio um pouco surdo, que era tanoeiro, profissão que Camus teria seguido se não fosse pelo apoio de um professor da escola primária Louis Germain[1], que viu naquele pequeno pied-noir um futuro promissor. A princípio, sua família não via com bons olhos o fato de Albert Camus seguir para a escola secundária, sendo pobre, e o próprio Camus diz que tomar essa decisão foi difícil para ele, pois sabia que a família precisava da renda do seu trabalho e, portanto, ele deveria ter uma profissão que logo trouxesse frutos - como a profissão do seu tio. No fundo, Camus também gostava do ambiente da oficina onde o tio trabalhava. Há um conto escrito por ele que tem como cenário a oficina, e no qual a camaradagem entre os trabalhadores é exaltada.
Sua mãe trabalhava lavando roupa para fora, a fim de ajudar no sustento da casa. Durante o segundo grau, ele quase abandonou os estudos devido aos problemas financeiros da família. Foi neste ponto que um outro professor foi fundamental para que o ganhador do prêmio Nobel de 1957 seguisse estudando e se graduasse em filosofia: Jean Grenier. Tanto Grenier quanto o velho mestre Guerin serão lembrados, posteriormente, pelo escritor. O Homem Revoltado (1951) é dedicado a Grenier, e Discursos da Suécia (que inclui o discurso pronunciado por Camus, ao receber o Nobel),[2] a Germain.[3][4]
Sua dissertação de mestrado foi sobre neoplatonismo e sua tese de doutoramento, assim como a de Hannah Arendt, foi sobre Santo Agostinho.
Mas, neste momento, o absurdo da existência se manifestou mais uma vez na vida de Camus. Após completar o doutoramento e estar apto a lecionar, sua saúde lhe impediu de se tornar um professor. Uma forte crise de tuberculose se abateu sobre ele nesta época. Ele era tuberculoso havia já algum tempo. Esta doença lhe deu a real dimensão da possibilidade cotidiana de morrer, o que é fundamental no desenvolvimento de sua obra filosófica /literária. A tuberculose também o impediu de continuar a praticar um esporte que tanto amava e lhe ensinou tanto: Camus era o goleiro da seleção universitária. Conta-se que um bom goleiro. E seu amor para com o futebol seguiu-o durante toda a vida. E uma das coisas que mais o impressionou quando da sua visita ao Brasil em 1949 foi o amor do brasileiro pelo futebol. Conta-se que uma das primeiras coisas que Albert Camus fez ao pisar no Brasil foi pedir para que o levassem para assistir a uma partida de futebol. Um pedido bastante incomum para um palestrante.

Mudou-se para a França em 1939, pouco antes da invasão alemã. Mudou-se principalmente devido à polêmicas com as autoridades francesas na Argélia. Ele havia publicado uma série de ensaios sobre o tratamento que os árabes recebiam por parte dos franceses na Argélia, pois os árabes não eram considerados cidadãos franceses e portanto eram subjugados a um governo no qual nem ao menos podiam votar. Crianças árabes morriam de fome, não tinham atendimento médico. Camus nessa época também fazia parte do Partido Comunista, do qual se desvinculou pouco tempo depois. Sua esposa e filhos permaneceram na Argélia e devido à guerra nem Camus pôde voltar à Argélia, nem sua esposa e filhos puderam vir para a França. Ele ficou em Paris durante o começo da ocupação nazista, trabalhando em um jornal. Devido a censura e a vigilância costante dos nazistas a maior parte dos jornalistas franceses muda-se para a região da França de Vichy. Começa a participar do Núcleo de Resistência à ocupação chamada Combat, tornando-se um dos editores do jornal de mesmo nome.
Seu primeiro livro "O Avesso e o Direito" assim como "Bodas em Tipasa" foram publicados quando ele ainda residia na Argélia. Mas durante o tempo da ocupação além de trabalhar em jornais e editar o jornal clandestino Camus se dedicou a outra de suas paixões o Teatro. Ele já havia participado de um grupo de teatro ligado ao partido comunista quando ainda morava na argélia, e ao sair do partido comunista montado um outro grupo que apresentava peças clássicas de teatro aos trabalhadores.
Conhece Sartre em 1942 e tornam-se bons amigos no tempo de pós-guerra. Conheceram-se devido ao livro "O Estrangeiro" sobre o qual Sartre escreveu elogiosamente, dizendo que o autor seria uma pessoa que ele gostaria de conhecer. Um dia em uma festa em que os dois estavam, Camus se apresentou ao Sartre, dizendo-se o autor do livro. A amizade durou até 1952, quando a publicação de "O Homem Revoltado" provocou um desentendimento público entre Sartre e Camus.
Camus morreu em 1960 vítima de um acidente de automóvel. Em sua maleta estava contido o manuscrito de "O Primeiro Homem", um romance autobiográfico. Por uma ironia do destino, nas notas ao texto ele escreve que aquele romance deveria terminar inacabado. Ao receber a notícia da morte de sua filha Catherine Hélène Camus apenas pode dizer: "Jovem demais". Coincidentemente ele também morre no mesmo ano: 1960.
Uma curiosidade sobre o acidente de automóvel: Camus não deveria ter feito a viagem para Paris de carro junto com os Gallimard (Michel, Janine e a filha deles Anne). Ele iria fazer esta viagem com o poeta René Char, de trem. Mas, por insistência de Michel, ele resolve ir de carro com eles. Char também foi convidado, mas não quis lotar o carro, além de já haver comprado sua passagem (Camus também já tinha seu bilhete de trem comprado quando foi convencido a ir de carro). No acidente de automóvel o Facel-Véga de Michel se espatifou contra uma árvore. Apenas Camus morreu na hora. Michel morreu no hospital 5 dias depois. O relógio do painel do carro parou no instante do acidente: 13h 55min.

Poemas


Você tem fumado e bebido muito ultimamente
Os pesadelos podem ser turvos
O silêncio pode ser inquietante
É realmente difícil dissecar os fracassos

Deslumbrar-se com os sentimentos pode ser ruim
Mas não é uma fraqueza
Eu sei,

E então as curvas, e que curvas equivocadas tem o pensamento
Consentir , negar. subentender, suprimir......
Os desejos se vão e voltam no mesmo dia
No entanto, nós sabemos.....
Melhor ser odiado, a ser aplaudido de pé pelo que não se é
Relaxe.....não seja tão chato

Afinal, podemos até rir de vez quando.

Poemas


Descobri que o sarcasmo me liberta do tédio
Aprendi que o silêncio pode estourar os tímpanos
Imagino o ódio como desperdício de tempo

A angústia é prima da " felicidade" e da dúvida......
O desespero talvez esteja num sorriso irônico
A tristeza pode chegar com a ventania lá fora
Em dias nublados os sentimentos ficam claros
As certezas se desgastam como o velho chão pisado repetidas vezes
Por nossas pernas inquietas e barulhentas

Ei, por onde anda o cinismo e a coragem ?
Deve estar impregnado da poeira e das traças
Que corroem as veias dos bonecos de pelúcia
Que nos tornamos com o TEMPO!

Ei, ainda não achei meu cérebro nem meu coração.....
É que soldadinhos de chumbo, meu filho,
Não os tem.....Você não percebeu?
Eles estão sempre na mesma posição.

Poemas


Tudo bem ser escravo das desculpas
Tanto faz valorizar a mentira
Que te importa deturpar a verdade......

Mas você aí,
Olhe pra mim
Não se entregue tão fácil assim
Alguns remédios têm cura

Debaixo desse rosto
Que está exposto contra o vento
Levante as mãos e permaneça no mesmo lugar
Grite e lute pra ver se a rendição
Que parecia iminente , esta sim, fuja e
Afaste este retrogosto monótono que fica na boca
Quando as palavras se trancam
E o suspiro desce garganta abaixo
Levando consigo a acidez
Da qual tanto precisamos pra viver.

Poemas


Vamos confessar nossos pequenos crimes
E entrar madrugada adentro e
Deliberadamente usurpar da necessidade
Seus limites e constrangimentos
Vamos encarar os nossos medos
E avacalhar nossos pesadelos

Venha.......destrua essa farsa e estes prováveis segredos

Vamos desconstruir nossas virtudes
E saborear os nossos desencontros
Vamos desfocar a nossa ira
E ignorar as ilicitudes

Eu quero ela nua e crua
Eu quero meu existencialismo rude
E como diria Thoreau
" Quero todo tutano da vida"
Quero mil vezes e mais
Quero o céu e o inferno
Eu quero o antes e depois
Eu quero o ontem e o hoje
Eu quero a água e a sede, o cúmulo e a perdição

Mas, pra que a pressa?

Quero também ouvir a sua alma teus batimentos
E a tua respiração
Quero me unir a você na solidão
Quero me contorcer no seu colo
Eu quero o sim e quero o não
Quero que seja indiscreto, impuro e carnal
Mas que não seja banal
Pode até ser animal ou fruto da imaginação

Ei, eu não quero perdão

Quero que me rasgue e me queime
Quero que jogue as cinzas por onde seus pés andarão
Quero sentir a doce fúria e essa sua violência
Eu não quero abrir mão

Ah.............

Quero acordar e rir vendo você dormir
Com os olhos abertos e voar
Com os dois pés no chão.

Poemas,


Hoje resumi o meu humor
Ao silêncio e alguns dentes
Algumas palavras trocadas e
Uns três cumprimentos amarelos

Tentei deslocar o meu ócio
Ao canto contrário do goleiro
Mas as vezes as idéias batem na trave

Engolindo meu ressentimento
O café me desceu frio e amargo
Ah.......nada como essas alegrias ensaboadas
Que escorregam do nosso peito
E apressadamente os dessabores
Quando são lavados pela nossa alma
Esta que não desiste de lustrar as minhas orelhas
Sempre sujas
Se parece com meu faro, nem tão fino assim
fazendo-me sentir como todos os dias
Deixando resíduos de ignorância e insensatez
No meu travesseiro.