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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Salvador Allende



Origens

Filho do advogado e notário Salvador Allende Castro e de Laura Gossens Uribe, Allende casou-se em 1940 com Hortensia Bussi Soto, com quem teve três filhas - Paz, Isabel e Beatriz.

Estátua de Salvador Allende

Início da carreira política e breve historial

Estudou medicina na Universidade do Chile. Em 1927, é eleito presidente do Centro de Alunos, onde aprofundou o seu interesse pelo marxismo. Entra para a maçonaria, seguindo uma tradição familiar.

Grande orador, em 1933 é um dos fundadores do Partido Socialista Chileno onde integra o grupo parlamentar entre 1937 e 1943. Ocupa o Ministério da Saúde de 1939 a 1942.Sai do partido em 1946.

Em 1945, foi eleito senador, cargo que exerceu durante 25 anos.Candidata-se e perde as eleições presidenciais de 1952, 1958 e 1964.

Foi presidente constitucional do Chile de outubro 1970, apoiado pela Unidade Popular - que integrava comunistas, socialistas, radicais e outras correntes populares, até 11 de setembro de 1973, quando tropas sediciosas de extrema direita, lideradas pelo general Augusto Pinochet, (com o apoio de governos exteriores, principalmente os Estados Unidos através da CIA mas também do Brasil), bombardearam o palácio presidencial de La Moneda, exigindo sua renúncia. Allende faleceu resistindo ao ataque, às 14h15 desse dia. Em 1972 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz.

Eleito presidente

Trabalhadores chilenos marcham em apoio a Salvador Allende, em 1964.

Em 1964, perdeu as eleições presidenciais para Eduardo Frei, o candidato do partido direitista Democrata Cristão, graças a uma maciça intervenção publicitária da CIA que apoiou Frei, provendo mais da metade das verbas de sua campanha política, e promovendo uma maciça campanha publicitária em seu favor. Na terceira semana de junho de 1964 a agência publicitária encarregada pela CIA produziu nada menos que 20 spots radiofônicos por dia em Santiago, e em 44 estações provinciais e cinco "noticiários" radiofônicos de doze minutos ao dia em três rádios de Santiago, e em 22 rádios provinciais. No final de junho de 1964 a CIA produzia 26 programas radiofônicos semanais de "comentários políticos"

Nas eleições presidenciais de 1970 concorre como candidato da coalizão de esquerda Unidade Popular (UP) contra mais dois candidatos. Embora sem maioria absoluta, conquista o primeiro lugar com 36,2% dos votos, contra 34.9% de Jorge Alessandri, o candidato da direita, e 27.8% do terceiro candidato, Radomiro Tomic, cuja plataforma era similar à de Allende.Altos funcionários norte-americanos discutiram o desejo de impedir a posse do então recém-eleito presidente chileno, o esquerdista Salvador Allende, em 1970.



Como a Constituição chilena previa a necessidade de "maioria dupla" (no voto popular e no Congresso), difíceis negociações foram entabuladas para a aprovação do nome de Allende no Parlamento. Após o brutal assassinato do Comandante-em-Chefe das Forças Armadas chilenas, o general constitucionalista René Schneider, perpetrado por elementos ligados à Patria y Libertad, Allende teve, finalmente, seu nome confirmado pelo Congresso chileno.

O partido da Democrata Cristão do Chile, uma grande confederação interclassista, com sua base popular autêntica no proletariado da grande indústria moderna, da industria moderna pequena e dos pequenos proprietários rurais, aliada ao Partido Nacional, de extrema-direita, controlava o Congresso chileno. A Unidade Popular, representando o proletariado formado pelos operários menos favorecidos, pelo proletariado agrícola, e pela baixa classe média urbana, controlava o Poder Executivo.[6] A oposição a Allende controlava 82 cadeias de radiodifusão contra 36 da esquerda, a maior parte dos canais de televisão, e possuía 64 jornais contra 10 de esquerda, sendo 10 diários contra 2..[7] O presidente Nixon autorizou pessoalmente uma doação do governo norte-americano de US$ 700.000 para o jornal oposicionista El Mercurio, que depois foi seguida de várias outras.[8]

Selo da RDA, em homenagem a Salvador Allende (nov. 1973).

A presidência

Allende assume a presidência e tenta socializar a economia chilena, com base num projeto de reforma agrária e nacionalização das indústrias. A sua política, a chamada "via chilena para o socialismo", pretendia, segundo ele, uma transição pacífica, com respeito às normas constitucionais chilenas e sem o emprego de força, para uma sociedade de paradigma socializante. Nacionaliza os bancos, a parte das minas de cobre que restou em mãos privadas após as nacionalizações promovidas por Frei, e várias grandes empresas - o Estado chileno chega a controlar 60% da economia - e passa a sofrer pesadas pressões políticas norte-americanas e de grupos de pressão criados no Chile pela CIA, como a organização terrorista Patria y Libertad, de orientação nacionalista-neofascista.Em seu discurso de 21 de maio de 1971, falando sobre a meta e não apenas sobre a etapa, definiu o socialismo chileno como libertário, democrático e pluripartidário




A adoção dessa linha socialista por Allende, implementada durante seus três anos de permanência no poder, além de gerar a oposição dos democrata-cristãos direitistas, de causar um verdadeiro pânico na maioria da classe média chilena, que passou a sabotar sua economia, paralisando-a, quase totalmente, em 1973,[10] provocou sua indisposição com a esquerda radical chilena, como o MIR, que pugnava pela tomada do poder pela força, e criou antipatia com uma parte importante do efetivo militar chileno, cujos chefes sempre foram treinados e doutrinados nas academias militares dos Estados Unidos. As sucessivas intervenções dos Estados Unidos na política interna chilena, iniciadas com do Projeto Fubelt - Track II) e seguintes, acabaram por aprofundar sensivelmente os problemas da sua já frágil economia. Em 1973, a inflação chegou a cifras de 381,1%, os produtos básicos de consumo desapareceram das prateleiras, o desemprego crescia assustadoramente e a produção e o valor da moeda de então, o Escudo Chileno, em proporção inversa, caíam de forma vertiginosa.

A história do golpe militar

Uma das razões diretas do fracasso da "via chilena para o socialismo" deveu-se a situação geopolítica mundial de então, de plena Guerra Fria, com os Estados Unidos envolvidos na Guerra do Vietnã, não podendo admitir o nascimento de um segundo regime socialista na sua área de influência, após Cuba. Nos anos de 1970, na América do Sul inteira, apenas o Chile, a Colômbia e a Venezuela mantinham Estados de Direito, com governantes eleitos pelo povo. O Brasil, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia, o Peru, o Equador e o Uruguai, estavam tomados por regimes militares, muitos instalados, e todos apoiados, por Washington. Além disso as nacionalizações e estatizações adotadas pela Unidade Popular feriram diretamente os interesses de grandes corporações americanas, dentre elas a então poderosa ITT, que passou a pressionar o governo Nixon "a tomar providências". Um memorando interno da ITT detalhava os planos norte-americanos: "A esperança mais realista dentre aqueles que desejam destituir Allende é que uma rápida deterioração da economia provoque uma onda de violência que provoque um golpe militar". Em 1970 a CIA criara o Projeto Fubelt (também chamado Track II, ou "política dos dois trilhos"), com o objetivo de impedir a ascensão de Allende ao governo. Com a posse de Allende o Projeto Fubelt fracassou, e acabou sendo desativado e substituído por outros, não sem antes ter contribuído para o assassinato do Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general constitucionalista René Schneider. Nisso também o Projeto Fubelt não obteve grande sucesso porque o general assassinado foi substituído pelo não menos constitucionalista general Carlos Prats. Esse projeto abarcou um amplo espectro de atividades que iam do apoio a assassinatos seletivos ao fomento greves desestabilizadoras, bem como à contratação de políticos e militares direitistas para articular um golpe de estado.

Rapidamente o governo norte-americano submeteu o Chile a um bloqueio econômico informal, que impedia o Chile de obter empréstimos internacionais ou bons preços para o cobre, o seu principal produto de exportação. Isso foi denunciado por Allende num dramático discurso na ONU. Os Estados Unidos adotaram a estratégia de sufocar gradualmente a economia chilena até que um levante das Forças Armadas pusesse fim a "via chilena para ao socialismo". Edward Korry, o embaixador norte-americano em Santiago, dizia: "não permitiremos que nenhuma porca e nenhum parafuso (americanos) cheguem ao Chile de Allende". O Chile, tradicionalmente dependente de importações dos Estados Unidos, passou a ver suas indústrias e suas frotas de caminhões, tratores, ônibus e táxis serem progressivamente paralisadas por falta de peças de reposição. Richard Nixon num seu despacho ao Departamento de Defesa fora enfático: "Há uma chance em dez, mas salvem o Chile, façam a economia estancar !".

Uma greve de proprietários de caminhões, financiada pela CIA, começou na primavera, em 9 de setembro de 1972,] e foi declarada pela Confederación Nacional del Transporte, então presidida por León Vilarín, um dos líderes do grupo paramilitar neofascista Patria y Libertad. Essa greve, por prazo indeterminado, impediu o plantio da safra agrícola 1972/73 no Chile.

A asfixia econômica do Chile, preconizada pelo governo dos Estados Unidos logo começou a dar seus frutos venenosos. Os Estados Unidos sabotaram os empréstimos ao Chile, "convidaram" as empresas norte-americanas a abandonar os países que mantivessem relações comerciais com o Chile, subvencionaram vários conspiradores (por exemplo, a central da CIA no Paraguai financiou boa parte da greve dos proprietários de caminhões, e também deu apoio financeiro ao líder neofacista da Frentre Nacional Pátria y Libertad, Roberto Thieme, que se escondia em Mendoza). Até 1973 os industriais chilenos mantiveram o Sistema de Asociaciones Civiles Organizadas, cujo objetivo era provocar o desabastecimento de gêneros de primeira necessidade no país .

Criou-se um clima de enfrentamento, provocado tanto pela esquerda extremista do MIR, como pela extrema direita neofascista do Patria y Libertad, entidade criada com o apoio da CIA, e cujos membros recebiam treinamento de guerrilha e bombardeio em Los Fresnos, no estado norte-americano do Texas [18][19]. Os integrantes do MIR fizeram chegar ao Chile armas soviéticas, vindas de Cuba, enquanto os direitistas articulavam-se com a CIA (a agência norte-americana gastou U$ 12 milhões de dólares financiando greves, especialmente a dos proprietários de caminhões - que paralisou o país, impedindo o plantio da safra e provocando a falta de gêneros de primeira necessidade), e com setores militares. Multiplicavam-se os atentados e assassinatos, e as greves gerais patronais.

Essa situação acabou por provocar o almejado "descalabro econômico" - que foi, em sua maior parte, provocado por sabotagens dos opositores de Allende contra a economia chilena  - e que atingiu em cheio o governo da Unidade Popular, fazendo com que a inflação saltasse para patamares até então desconhecidos. A inflação passou de 22,1% em 1971 para 163,4% em 1972 e 381,1% no ano do golpe, o que fez com que o crescimento do PIB chileno passasse de 9% positivos em 1971 para 4,2% negativos em 1973.
Primeira tentativa

A primeira tentativa de golpe resultou de uma aliança entre o Patria y Libertad e militares chilenos, quando essa organização se aliou a um setor do exército que ocupava altos postos através do Chile, num projeto - fracassado - que pretendia tomar de assalto o Palácio de La Moneda e derrubar o governo. A operação ficou conhecida como El Tanquetazo e foi realizada em 29 de junho de 1973. A inteligência do exército, então comandado pelo general constitucionalista Carlos Prats, detectou a tentativa de golpe e ele teve que ser abortado, não sem antes alguns tanques terem saído às ruas e se dirigido a La Moneda.
O Estado de sítio

Logo após ter debelado El Tanquetazo, ainda envergando capacete e uniforme de combate, o Comandante em Chefe das Forças Armadas chilenas, o general Carlos Prats, dirigiu-se pessoalmente a Allende para dizer que era imperiosa a instauração imediata do estado de sítio no Chile, sem o que ele considerava ser impossível às forças armadas sufocar os atentados terroristas de direita e de esquerda, que já se multiplicavam, e assegurar a ordem constitucional no Chile. Em 2 de junho de 1973 a requisição de Allende, solicitando a instauração do estado de sítio, fora negada pelo Congresso Nacional, por 51 votos a 82.

O Povo, revoltado, clamava em uníssono nas ruas de Santiago do Chile pelo fechamento do Congresso Nacional, aos gritos de: "a cerrar, a cerrar, el Congresso Nacional…". Diante disso, Allende fez um discurso, no qual chegou até a ser vaiado pela multidão:



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